sábado, 16 de janeiro de 2016

MALDIÇÕES CUMPRIDAS


Maldições cumpridas

Tradução de João A. de Souza Filho
Extraído de They Foresaw the Future, de Justine Glass

Nota do tradutor: Os que conhecem as Escrituras conhecem os casos de maldições na Bíblia que se cumpriram durante décadas e séculos. É óbvio que o autor do livro não pesquisou os vários casos de maldições na Bíblia, como a proferida sobre a casa de Eli, de que todo macho morreria, a maldição sobre a casa de Davi etc. Traduzi este artigo para que o leitor veja como um pesquisador não cristão analisa e vê a questão das maldições. O livro foi editado em 1969.

Quinze séculos antes de Cristo, um dos maiores filósofos hindus disse: “Enquanto os homens tiverem fé nas bênçãos, certamente crerão também em maldições”. Em outras palavras, se uma força existe, ela pode ser usada construtivamente ou destrutivamente, conforme o propósito de quem a opera.  Se existem bênçãos, então existem também maldições. O poder ativo será necessariamente o mesmo em ambos os casos.

Maldições e bênçãos, é claro, eram coisas inquestionáveis durante muitos séculos. A ciência moderna afirma que somente os ignorantes e supersticiosos dão crédito a essas idéias que persistem existir desde tempos remotos. Ultimamente com as descobertas da ciência e do conhecimento do poder da mente, alguns cientistas admitem que, concentrando-se tais forças, impregnadas com ódio ou com amor, seria possível transferir para um objeto uma influência boa ou má, da mesma forma como uma peça de aço reage ao magnetismo. A vontade humana, sendo o maior de todos os magnetismos, ao ser usada conforme  a lei que a governa, poderá atrair as condições construtivas ou destrutivas com repercussões no espaço físico – no corpo de uma pessoa. Esta é uma teoria baseada no conhecimento de que todas as formas de matéria, como as rochas, a terra e até o corpo humano são feitos de átomos, que vibram num ritmo predeterminado e, sendo dirigidos por um tipo de inteligência – uma inteligência que os adeptos do passado e de uma mente treinada hoje podem conduzir com um propósito definido.

Quem sabe isto soe como uma lenda às pessoas que não aceitam como normal uma ideia nova. Como bem expressou o falecido químico Sir Willian Crookers numa palestra em que tratava das novas e inacreditáveis teorias da composição da matéria: “Senhores, o que vou dizer a vocês soará aos seus ouvidos como uma impossibilidade de acordo com as leis estabelecidas da natureza. No entanto, é verdadeiro”.

Assim acontece também com as maldições. Existem provas substanciais para demonstrar que “esta impossibilidade de acordo com as leis estabelecidas da natureza” é uma realidade. Podemos negá-la; podemos achar que tudo não passa de coincidências, não uma maldição. Em primeiro lugar, nem todas as evidências são falsas; em segundo, seria mais que coincidência se todos os acontecimentos em todos os casos fossem coincidentes. Quanto a negação, à luz das recentes descobertas das misteriosas descobertas do poder da mente, as palavras de Schopenhauer parecem sintetizar a situação: “O fato de você negar (alguma coisa) não significa que você seja pessoa de superior inteligência; apenas prova que você ignora as últimas aquisições do conhecimento”.

Os egípcios eram mestres na arte da maldição. O ritual conhecido como “amarração”, era representado na linguagem ideográfica egípcia com o desenho de um nó numa corda, e representada também pela palavra na forma de um mantra repetitivo ou afirmativo, o que criava a condição necessária que conectava ou fazia o link com um objeto ou com uma pessoa. A palavra era – e ainda é – considerada um dos mais importantes fatores da magia.

As duas maiores fontes do poder da maldição eram a associação do sentido da palavra com o seu som ou com a vibração da fala. A palavra tinha de ser proferida num certo tom, chamado de Ma-Khru, ou voz perfeita, a palavra da verdade, que liberava a força da vibração do poder criativo ou destrutivo nela contido. As palavras de poder que faziam parte do mistério profundo do ensinamento teúrgico, eram formadas no Egito com a combinação de letras ideográficas, aprendidas quando o sistema fonético gramatical da escrita era desenvolvido.

A maldição invocada para a proteção de uma múmia parece que existia fortemente no Egito antigo, pois os egípcios criam literalmente na ressurreição do corpo físico. Os egípcios acreditavam que na próxima encarnação se utilizariam dos mesmos átomos e elétrons, inda que essas palavras, obviamente não eram as que eles usavam. Sir Ernest Wallis Budge menciona que algo estava escrito no Livro dos Mortos e do ritual (maldição) para proteger a múmia caso esta fosse removida da região do Nilo.

“Não há dúvidas de que quando o corpo era depositado em seu lugar de descanso na tumba, o sacerdote pronunciava certas palavras, fórmulas ou orações sobre o corpo, e é provável que a recitação dessas palavras acompanhadas pela realização de certas cerimônias... temos o direito de supor de que eram palavras dirigidas ao Deus dos deuses da comunidade a favor do morto, e que as palavras continham súplicas pelo bem-estar do finado no mundo além-túmulo... certas porções de textos que foram incorporadas em obras religiosas em períodos recentes mostram que a vida que o egípcio esperava viver depois da morte era similar a mesma vida que tinha na terra, e está claro de que o egípcio pensava que a preservação natural e material do corpo estivesse em condições necessárias para a obtenção dessa vida.”

Nem todos os corpos de múmias eram protegidos com este ritual. Existem múmias em várias partes do mundo, no entanto não existem notícias de um alto índice de mortalidade entre os arqueólogos, mas também é possível que mortes repentinas de alguns desses homens jamais foram noticiadas pela imprensa. É possível também que os rituais de alguns desses sacerdotes não tenham sido eficientes e deixaram de funcionar. Além de obter conhecimento, para poderem rogar uma praga é essencial, para poder elevar a consciência a um alto pico, estar inflamado, como disse Abramelin, o mago: “Inflame-se em oração”.
Em alguns casos, o ritual da amarração parece ter sido eficaz. A morte de Lord Carnavon depois de abrir a tumba do Faraó Tutancâmon foi repentina e dramática, o que é lógico. O poder da maldição estava dirigido diretamente contra ele como organizador e líder do projeto, e um ou dois de seus colegas também morreram.

A tampa de vidro grosso que cobre a múmia no Museu Britânico já por duas vezes foi despedaçada, sem causa aparente, conforme escreveu um cientista de renome e escritor. Isto teria acontecido ao redor de 1920. A múmia, ao que parece, não está muito ativa desde então. Claro, as autoridades do museu oficialmente nada sabem sobre estes casos.

Um egiptólogo muito chegado à nossa família também foi alvo da maldição da múmia. Esta pessoa tirou a tampa da tumba de um famoso Faraó – esqueci de qual dinastia. Ele obteve permissão para levar a múmia para a Inglaterra, mas, por alguma razão decidiu de que queria apenas a cabeça – apesar das advertências dos papiros encontrados dentro da tumba de que a pessoa que mutilasse a múmia, morreria também com a mutilação do membro em seu corpo.

O professor que achava que as maldições eram lendas da carochinha, levou a cabeça da múmia para a Inglaterra – e a partir daí começaram a acontecer coisas terríveis dentro de sua casa. A cabeça o acompanhou na viagem para inspecionar sua plantação de cana de açúcar que ele tinha nas Índias Ocidentais. Ele era um bom empregador, e seus empregados não reclamavam dele, no entanto, certo dia em que ele cavalgava pela propriedade, um grupo de empregados o derrubou do cavalo, e bateram na cabeça dele com correntes. Um de seus filhos teve um acidente de moto e ficou seriamente machucado. Seu filho mais jovem caiu da janela batendo com a cabeça num vidro, se machucou bastante, mas não morreu. O desastre acompanhou a família por tanto tempo que a viúva do professor enviou a cabeça da múmia de volta pro Egito. Depois disso cessaram as maldições.
Para nós que conhecemos o Egito antigo tal como eles no passado, a maldição não é uma arte perdida.

Máquinas foram também objeto de maldição, bem como monumentos de cera em museus, imagens de pessoas, símbolos etc.

A maldição do carro vermelho


O automóvel vermelho forte no qual o arque-duque Franz Ferdinand e sua esposa foram assassinados em Sarajevo em junho de 1914 carregava consigo uma maldição, se bem que ninguém sabe quem pronunciou tal maldição e por que.

Os assassinatos intrigaram a Primeira Grande Guerra. Uma semana depois do começo da guerra, o comandante da Quinta Corporação Austríaca, General Oscar Potiorek cercou a casa do governador de Sarajevo em cuja garagem estava guardado o carro vermelho. Vinte e um dias depois que o general pegou o carro da garagem do governador, ele foi derrotado de maneira catastrófica em Valjevo, e ali foi afastado do comando da tropa. Enviado de volta a Viena, caiu em desgraça, viveu na pobreza, ficou louco e morreu numa casa de amparo.

Um capitão que havia servido com Potiorek foi o próximo proprietário do opulento carro vermelho. Nove dias depois, enquanto dirigia por uma estradinha do interior, Potiorek atropelou dois agricultores à beira da estrada, desgovernado bateu numa árvore, rebentou com o carro, e o tiraram morto do meio das ferragens.
O carro foi consertado. Depois da guerra o novo governador da Iugoslávia tornou-se proprietário do carro vermelho. Em quatro meses ele se envolveu em quatro acidentes e num deles perdeu seu braço direito. Ele ordenou que o carro fosse destruído, mas foi persuadido a vendê-lo para o Dr. Srkis, que, intrigado, queria possuir um carro com tanta história. Ele afirmou que não acreditava que o carro tivesse uma maldição. A má reputação estava numa série de coincidências trágicas.

Durante seis meses ia tudo bem. Até que, certo dia o carro e seu motorista foram encontrados ao lado de uma rodovia. O carro havia capotado, estava de rodas pro ar, mas não ficou muito amassado. Ao lado estava o corpo do Dr. Srkis. Ele morreu esmagado, quando o carro virou sobre ele.
O carro, então, foi vendido a um rico joalheiro, que o dirigiu durante um ano sem qualquer incidente, e então o joalheiro se suicidou. Outro médico o comprou, mas antes que lhe acontecesse alguma coisa, ele vendeu o carro, porque seus pacientes, sabendo da maldição do carro vermelho começaram a abandonar sua clínica.
Seu próximo proprietário foi um automobilista suíço, que usou o carro para competir numa corrida em Dolomite, e durante a corrida o carro se desgovernou e saiu da pista. Bateu num muro de pedra e seu motorista foi atirado pra fora do veículo e morreu.

Um abastado fazendeiro de Sarajevo adquiriu o veículo, o recuperou e o dirigiu por vários meses. Certa manhã o carro enguiçou, e, como ninguém conseguia fazê-lo pegar, o fazendeiro persuadiu o dono de um carro que passava pelo local para rebocar seu carro até a cidade. Logo que saíram, o carro voltou a funcionar repentinamente, e saltando pra frente rompeu a corda que o puxava. Desgovernou-se pela estrada a fora, deu um cavalo de pau e o fazendeiro foi jogado pra fora do carro, e morreu.
Demolido como estava, o dono de uma garagem Tibor Hirshfeld, o comprou, remodelou-o, mudou a cor de Vermelho para azul e começou a dirigi-lo pela cidade. Certo dia, quando levava seis amigos para a uma festa de casamento, ele bateu noutro automóvel, e Tibor Hirshfeld e quatro de seus amigos morreram no acidente.

E, então, o governo da Áustria, talvez por associar o carro ao Arque-duque Franz Ferdinand o adquiriu, remodelou-o e o colocou num museu de Viena, onde se esperava que não causasse mais nenhuma morte. Afinal, catorze pessoas morreram por causa deste carro. Havia sido também um dos motivos da Primeira Grande Guerra e numa guerra foi também destruído. Uma bomba do exército aliado foi lançada sobre o museu de Viena onde estava o carro, e a maldição, finalmente foi exorcizada.

Outro caso.

No fim da década de 1940 houve uma campanha na ilha da Sicília pela captura de Salvator Giuliaro. Ele era o maior bandido dos tempos modernos, chefe de uma organização que queria a independência da Sicília, praticamente o seu rei. Prender Giuliano vivo ou morto era a prioridade das autoridades, mas, de alguma forma nem a polícia federal, o serviço secreto, os carabineris ou os soldados das forças armadas conseguiram prendê-lo. Tudo o que conseguiam era algum infortúnio.

Foi então que o jovem Giuliano, com apenas 28 anos foi encontrado morto, cravado de balas. Ninguém sabia como isto aconteceu nem quem o matou; ninguém pediu a recompensa pela morte dele. Sua mãe, beijando os ferimentos do filho disse: “Meus lábios... eles te traíram”. E amaldiçoou os traidores.

Mais tarde Gaspare Piscotta, velho amigo de Giuliano foi preso sob a acusação de o haver matado e por outros crimes. No dia 9 de fevereiro de 1954 enquanto aguardava julgamento na prisão, Piscotta começou a gritar agonizante. Dentro de uma hora estava morto. Não encontraram nele a causa da morte. Três semanas depois, oito pessoas que eram suspeitas de ter traído a Giuliano ficaram terrivelmente doentes.
Conforme os códigos primitivos da Sicília esta era a prova de sua culpa. Uma maldição, só funciona corretamente se tiver uma base justa. Ao destruir ou causar danos numa pessoa, aquela pessoa deve ser culpada do crime, por isso a maldição a alcançou.

O fim de uma dinastia

A dinastia dos Hapsburg foi amaldiçoada duas vezes – poderia se afirmar, com justa razão – por um padre húngaro, quando a Hungria era parte do império austro-húngaro e pela condessa Karoliy da Hungria cujo filho foi morto numa das revoltas contra os invasores. O imperador Franz Josef foi amaldiçoado por ambos, porque foi ele que ordenou a revolta da Hungria e a morte do filho da condessa.
Sofrendo a agonia da morte de seu filho (emoção é algo essencial para uma maldição funcionar), a condessa gritou: “Que o céu e o inferno caiam sobre Franz afetando sua felicidade. Que sua família seja exterminada. 

Que ele seja esmagado por aquelas pessoas que ele mais ama. Que sua vida se torne um desastre, e que seus filhos experimentem a ruína”.

Uma por uma as maldições se cumpriram. Maximiliano, irmão do Imperador, um homem considerado fraco 
que fizera parte da mal-sucedida investida contra o México pela mediocridade de Napoleão III da França, foi morto por uma esquadra revolucionária no México. Em Roma, quando sua esposa Carlota soube do que acontecera, para onde fora a fim de suplicar ao Papa a favor de seu esposo, ficou louca.
Franz Joséf se casou com uma linda moça e, ao que parece vivia feliz. Mas eram de temperamentos opostos, e logo começaram a divergir. Dizem que Elizabete começou a ter amantes e havia rumores de que ela era uma psicótica. O imperador tinha um caráter terrível e começou a alienar-se da esposa e de seu filho Rudolph, príncipe regente. Ele achava que seu filho era um irresponsável, e por isso brigavam muito. Mais tarde se tornaram inimigos, e Rodolph se tornou um playboy. Começaram a surgir escândalos sobre ele, e o pior escândalo foi quando ele foi encontrado morto com sua amante, a baronesa Maria Vetsera, numa cabana de caça em Mayerling.

Depois da morte do filho Elizabete ficou doente, e depois que se recuperou passou a viver em reclusão. Mais tarde, passou a vagar viajando constantemente para fora da Áustria. Quando visitava Genebra em 1898, ao sair da hotel para pegar um barco a vapor, foi assassinada por um anarquista e morreu algumas horas depois.

Tragédias se sucederam na família de Franz Joséf. Sofie, a duquesa de Alençon foi morta queimada em Paris. A arqui-duquesa Matilda morreu queimada quando seu vestido de balão pegou fogo. O arque-duque John de Toscana desapareceu em alto mar. O arque-duque Wilhelm Franz Carl morreu ao cair do cavalo; o louco rei Ludwig da Bavária suicidou-se por afogamento. O conde Ludwig de Tirana se suicidou.
Outros parentes se tornaram excêntricos ou foram vítimas de complôs e passaram por dificuldades. As mulheres que se casaram com Franz Joséf foram consideradas indignas de fazerem parte da dinastia dos Hapsburg.
No ano de 1914 o herdeiro do imperador e sua esposa foram mortos em Sarajevo por um estudante sérvio, Gavrilo Princip. Este foi o começo da culminação da maldição, cujo pico foi a morte de Franz Joséf, quando terminou sua vida aos 89 anos de idade, quando uma revolução acabou com os remanescentes da família imperial e a Áustria se tornou uma república. E teve fim a dinastia.

A maldição sobre o rei da Espanha

A Hungria faz parte da lista de maldições que destruiu outro rei. Trata-se do rei Alfonso XII da Espanha, que ganhou de presente um lindo anel – que continha uma maldição se fosse tirado da Hungria. No dia de seu casamento Alfonso deu o anel de presente à sua noiva, que morreu logo em seguida. Depois, deu o anel de presente a sua cunhada, que também morreu logo depois. Alfonso descuidou-se e usou ele mesmo o anel, e dentro de doze meses também morreu. O anel foi enviado a uma igreja de Madri para ser exorcizado.
Alfonso sabia da maldição e a ignorou, por isso morreu.

A maldição do diamante azul

Veja a história do diamante azul. Era a maior jóia que havia no mercado, e um dos mais perfeitos diamantes encontrados, que pesava quarenta e quatro carats, (um carat é equivalente a 200 miligramas de peso), seu tamanho era de cinco centímetros (duas polegadas) por sete oitavas de polegada. Foi retirado da testa de uma estátua de Buda, e a maldição dizia: “Esta pedra foi consagrada a Deus. O profano que a tocar enfrentará desgraças ou morte violenta”.

A trilha de crimes, loucura e violência que marcaram a rota do diamante de dono para dono começou quando João Batista Tavernier, viajante francês e joalheiro, trouxe a pedra consigo do Oriente e a vendeu para Luiz XIV em 1668. Luiz, alegre por ter tão lindo diamante recompensou Tavernier com títulos de nobreza por haver encontrado tal raridade. Tavernier comprou o território de Aubonne, próximo a Genebra. Depois de um ano de desgraças, morreu em Moscou em 1689 completamente pobre.
Willen Fals de Amsterdam, contratado por Luiz para cortar a pedra, mal havia começado sua tarefa quando começou sua desgraça. Seu negócio, outrora próspero faliu. Seu filho se suicidou, e ele mesmo morreu em completa ruína.

Luiz XIV só morreu em 1715 quando praticamente havia destruído a França. Tanto Luiz quando seu filho mais velho morreram prematuramente.
O reinado de Luiz XV Le Bien Aimé que herdou o diamante azul, foi um reino cheio de desastres, problemas econômicos e miséria total do país. Os excessos enfraqueceram o seu reino de tal maneira que quando uma epidemia de sarampo tomou conta do país em 1774, enfraquecido fisicamente contraiu a moléstia e morreu naquele ano.
Luiz XVI se tornou o próximo dono do diamante azul. Era uma das jóias favoritas de Maria Antonieta. Ocasionalmente ela o emprestava à sua amiga, a princesa Lambelle. Os três morreram durante o Reino de Terror.

O nome de seu possuidor é registrado como Francis Beaulieu. Depois de morrer de fome na prisão, não existe rastro do diamante por vários anos, até que reapareceu no mercado e foi adquirido pelo banqueiro Thomas Hope por 90 mil dólares. Seu descendente. Lord Francis Hope, depois de uma série de perdas e tragédias, vendeu a jóia em 1901.
Ao que parece o diamante ficou inoperante enquanto esteve nas mãos de Hope. O próximo possuidor, o joalheiro nova-iorquino Samuel Frankel, não foi tão sortudo. Logo que a jóia caiu em suas mãos, sua empresa entrou em falência. Antes de perder totalmente sua empresa, ele se desfez do diamante para Colin Broku. Ainda que o senhor Broku o tenha vendido imediatamente para o príncipe Kanitovsky, não escapou da maldição. Ficou louco e se suicidou logo que a venda foi realizada.

O príncipe Kanitovsky deu o diamante de presente a sua amante, uma linda moça que era atriz no Folies Bergères. Na primeira noite, ao fazer a primeira apresentação de uma nova peça teatral ela subiu ao palco ostentando no peito o diamante azul com um ar de orgulho. O triunfo de Lorena Laduc foi momentâneo. Quando o holofote a iluminou, seu amante, que estava sentado numa tribuna de honra atirou no peito dela. O diamante fez mais uma vítima. Ele nunca foi preso por tal crime. Dois dias depois da morte de Lorena e antes que se suspeitasse do namorado, membros de um partido terrorista da Rússia invadiram sua casa e o esfaquearam até a morte.

O diamante foi levado por um grego de nome Montharides. Pouco tempo depois de haver comprado a jóia, ele, sua esposa e seus filhos foram capturados por uma brigada e jogados num precipício.
Durante algum tempo não se soube do paradeiro do diamante azul. Foi visto como parte da coleção de Salma Zubata, e era a pedra favorita do ex-sultão Abdul-Hamid de quem foi adquirida.
A maldição do diamante parece ter causado algum estrago antes de parar nas mãos de Salma. O sultão a enviara a um joalheiro, Abu Sabir para ser polido. Quando Abu jurou que a pedra não havia chegado às suas mãos, foi preso durante algum tempo (como louco), até que recobrou os sentidos. Nesse meio tempo o diamante foi encontrado com o guardião da cadeia que morreu misteriosamente por estrangulamento. Muitos cuidados foram tomados para que o diamante não fosse roubado, mas um eunuco conseguiu roubá-lo. O ladrão foi encontrado, preso e sumariamente enforcado num poste de luz de Constantinopla.

Depois deste interlúdio sanguinolento, o diamante retornou ao Sultão que o presenteou a Salma. Logo depois ela foi morta a tiros pelo sultão quando uma gangue de jovens turcos irrompeu no palácio, possivelmente para livrar Salma da morte. Os jovens turcos se apoderaram da joia e a levaram do palácio. Eles a venderam a um tal de Habib, que se afogou ao largo de Cingapura. O sultão escapou de morrer pela maldição do diamante, porque perdeu apenas o seu reino de onde foi deposto logo depois de um complô.
Em 1911 Edward McLean, dono do Washington Post comprou o diamante de Cartier, o famoso joalheiro francês por 260 mil dólares. Sua esposa, que conhecia a história do diamante foi contrária à aquisição da joia a ponto de levar Edward a cancelar a compra. Carter o acionou judicialmente, e depois o dono do Washington Post concordou em ter o diamante de volta por 180 mil dólares em janeiro de 1912, contra a vontade de sua esposa. Logo depois a mãe dele morreu de pneumonia, e este foi apenas o começo da maldição em família.

Os McLean tinham um filho, Vinson, um bebê de dois ou três meses de idade quando o diamante azul foi por eles adquirido. Não havia herdeiros em ambos os lados da família para herdar a fortuna de McLean que era de valor considerável. Os McLean eram proprietários de jornais e donos do sistema público de transportes de Washington. As riquezas dos Walshes por parte da família de sua mãe incluíam uma mina de ouro de Camp Bird, a mais rica do Colorado. Sem idade para saber, o menino era um dos mais ricos da América, com todos os direitos, porque seu tio fora morto num acidente de carro. A riqueza do menino Vinson era estimada em mais de cento e cinqüenta milhões de dólares, e era tratado pela imprensa como o menino mais rico do mundo.

O menino era cercado de restrições. Não podia se movimentar a qualquer lugar a não ser acompanhado por guardas armados. Nas casas em que vivia, cercas enormes cortavam seus passos impedindo-o de ir além dos limites da propriedade. Mas, certo dia ele estava brincando próximo a cerca de uma das propriedades quando um carro desgovernado dirigido por uma mulher atingiu o “menino de milhões de dólares” que morreu algumas horas depois.

Existe ou existiu outro diamante azul, igual em qualidade e cor ao diamante da esperança. O especialista em diamantes Edward Streeter que o examinou, afirmou que havia sido retirado da mesma pedra quando ela foi cortada por Tavernier. Ele possui outra característica saliente do mesmo diamante azul: Uma maldição que opera de forma igual.

A pequena gema é conhecida como o diamante Pingo Azul de Brunswick. Quando chegou às mãos da família da casa de Brunswick estes começaram a experimentar tragédias e desastres.
A primeira baixa aconteceu quando o duque Willian Charles Ferdinand foi ferido mortalmente na batalha de Jena em 1806. Logo depois, seu herdeiro morreu. Seu segundo filho abdicou do trono. Frederik Willian, o próximo na linha de sucessão foi morto em Quatre-Bras. O duque de Cumberland, que mais tarde se tornou duque de Brunswick, quando seu companheiro, duque Willian morreu em 1884 perdeu seu herdeiro num acidente. Seu segundo filho para quem deixou o direito ao título em Outubro de 1912 se casou com a filha única do Kaiser alemão. Depois da guerra de 1914-18 seu reino foi incorporado a Alemanha. A casa dos Brunswick chegou ao fim.

Alester Crowley, o feiticeiro

Outro acontecimento que mostra o poder da palavra penetrar um objeto com uma força que pode causar efeitos em pessoas me foi mencionado por Gerald Yorke, o mestre Oriental, pesquisador e especialista em ocultismo.
Depois da morte, cerca de quinze anos atrás de Aleister Crowley (o livro de onde estou tirando essas notas foi publicado em 1969 – NT), a quem o senhor Yorke conhecia muito bem e que era famoso como grande mágico e mestre das artes ocultas, um homem, colega de Crowley trouxe a este meu amigo um livro de fórmulas de magia. Yorke, que sabia que Crowley havia deixado este livro de fórmulas mágicas em seu testamento para ser doado a determinado museu, advertiu quanto a sua aquisição. O outro homem, ansioso em possuí-lo não deu ouvidos as advertências de Yorker.

Ele adquiriu o livro de fórmulas de magias, com um bônus extra: Pegou uma enfermidade misteriosa, que nenhum médico conseguia diagnosticar e nem curar. Ficou cada vez pior. Finalmente, prestes a morrer, e querendo salvar sua vida enviou o livro de fórmulas para o museu especificado por Aleister Crowley. Ele o devolveu ao meu amigo Yorker que providenciou que fosse entregue ao museu em questão. Yorker me contou que enquanto ele estava na casa dessa pessoa, a esposa dele que nunca sofrera de enfermidade alguma começou a ter dores muito fortes no pescoço, que desapareceu assim que o livro foi tirado da casa. O mesmo aconteceu com a enfermidade do homem que o havia adquirido. Ficou curado!

O trompete de prata

Na loja Christie, famosa pelos leilões de arte, um lugar em que se pode ter ideia do poder financeiro que existe no mundo, as precauções de uma maldição foram levadas a sério antes de se vender a trombeta de prata que pertencera a Charles II. A venda foi em 1967.
A trombeta, conhecida como a Luck de Woodsome Hall, conforme a tradição deveria ser tocada apenas em ocasiões importantes, caso contrário, a desgraça se abateria sobre seu dono. Dois proprietários que ignoraram o alerta não viveram nem tiveram tempo de se arrepender. Um foi morto num acidente durante uma caçada e o outro cometeu suicídio.

O leiloeiro da loja Christie pediu ao musicólogo Eric Halfpenny para tocar o trompete, na hora do leilão, que logo foi vendido a Michael Dalgleish que o adquiriu para dar de presente ao seu filho de treze anos de idade, que não estava disposto a interromper os termos da tradição. Ele só tocava o trompete em ocasiões especiais.
Exemplos de maldição lançada sobre uma família, de geração a geração eram comuns no passado. Hoje poucos são os exemplos. Quem sabe a sombra das maldições operava nos proprietários de grandes terras. Em alguns casos as famílias desapareceram totalmente.

A família Sheridan

A linha sucessória direta da família Sheridan, por exemplo, não mais existe. Uma maldição lançada sobre a família dizia que seus herdeiros nunca viveriam, de que morreriam no dia do vigésimo primeiro aniversário, o que se cumpriu nas gerações seguintes. Quando Clare Frewen, prima de Winston Church se casou com um Sheridan, quem (como segundo filho) se tornou o chefe do clã, ela, depois do casamento deu à luz um menino. Ele era o herdeiro. Não haveria um segundo filho porque seu marido morrera na guerra de 1914. 

Se a maldição se cumprisse, a linha sucessória acabaria. A data crucial, o dia de seu aniversário quando faria vinte e um anos de idade, veio e se foi. Ele continuava vivo. Quem sabe, finalmente, a maldição terminou. Algumas semanas depois de adquirir sua maioridade, o filho de Clare Sheridan que estava passeando pela Europa, pegou uma pneumonia e morreu.
Derwentwater, outra família que recebera uma palavra de maldição de que se exterminaria desapareceu completamente, como se nunca tivesse existido. Um sinal de alerta soaria, dizia a profecia, quando o cumprimento da maldição estivesse se aproximando.

Quando a folha verde de um carvalho ficar vermelha
O último descendente morrerá em sua cama
A raposa e a coruja habitarão nas suas varandas
O morcego e a aranha subirão pelas paredes,
Suas terras uma mão forte prejudicará
E o nome de sua raça para sempre desaparecerá!

A família Derwentwaters era católica. James, o último remanescente foi pressionado por seus co-religiosos a tomar parte da rebelião dos jacobitas contra George I, mas ele não queria nisso se envolver. Por fim se rendeu aos insurgentes. Dizem que tomou essa decisão certo dia quando cavalgava por suas terras. Ao tomar a decisão esporeou o cavalo e se dirigiu a um local chamado de Águas do Diabo. Ao olhar para o alto de uma árvore coberta por folhas verdes viu uma folha de carvalho avermelhada prematuramente.

Bob James e seu irmão mais novo Charles lutaram com os jacobitas em Preston. Ambos foram feitos prisioneiros pelo General Henry Lumley, comandante das forças reais. James foi aprisionado na Torre Devereux na Torre de Londres. Nove dias depois, em seu julgamento, ele se declarou culpado pela insurreição, e havia pedido aos que foram presos com ele que se confessassem culpados esperando a mercê do rei. Ele foi sentenciado a morte.

Muitas petições foram enviadas ao rei pedindo a absolvição dele. Três de seus co-prisioneiros foram libertados, mas George I influenciado por Robert Walpole que confessou que lhe ofereceram 60 mil libras como suborno para salvar a vida de James, decidiu não libertá-lo. James Radclife, Lord Derwentwater morreu decapitado na torre Hill em 24 de fevereiro de 1716. Ele tinha vinte e sete anos de idade.
Seu irmão mais novo, Charles, nascido no dia 5 de setembro de 1693 foi também declarado culpado e condenado a morte. Foi aprisionado em Newgate, parece que havia sido perdoado, mas surgiu a chance de fugir com outros 13 prisioneiros, e conseguiu alcançar o continente onde se uniu com a família Stuart, atuando durante algum tempo como secretário do príncipe Charles Edward.

Em 1724 ele se casou com Charlotte, a viúva rica de Thomas Clifford. Antes e depois do casamento Charles fez viagens secretas para a Inglaterra, sem ser descoberto até novembro de 1745 quando foi capturado perto de Dogger Bank, a bordo de um navio francês que levava munições para Young Chevalier.
Levado para a torre foi condenado a morte. A frase “Suas terras uma mão forte prejudicará” se cumpriu. Os juízes que não estavam preparados para perdoar a Charles. 

Charles Radcliff, o último da linha sucessória, foi decapitado como herdeiro em vez de uma pessoa comum em 8 de dezembro de 1746. Nesse dia, a maldição, “E o nome de sua raça para sempre desaparecerá!” e a profecia de uma cigana se cumpriu. Ao ler a mão do rapaz anos antes quando este tinha dezesseis anos, disse-lhe que via um machado ensangüentado com a lâmina na direção da cabeça dele.
(E, como as maldições da Bíblia, assim acontece até hoje! – NT).